domingo, 2 de junho de 2013

Não devia mesmo!

"A gente se acostuma a coisas demais para não sofrer. A gente se acostuma para não se ralar na aspereza para preservar a pele.
A gente se acostuma para poupar a vida. Que aos poucos se gasta, e que de tanto se acostumar, se perde por si mesma.
A gente se acostuma, eu sei, mas não devia."
Marina Colassanti
Pois é. A gente se acostuma com muita coisa na vida. A gente se acostumou a se acostumar. O texto da Marina expõe muito bem nossa resignação. É preciso se vigiar, cuidar do olhar, e se for preciso, até sofrer, se lanhar para sair do lugar comum. As vezes a própria vida se encarrega de dar aquele empurrãozinho, noutras é questão de decisão. Decidir ter coragem. decidir tomar decisões conscientes.Me acostumei com bastante coisa, sim, mas a falta de amor não me acostumo é nunca (como diria um amigo). E não acostumei por alguns motivos. Acho que o primeiro deles é porque sempre me senti muito amada, e quem recebe amor dá amor. E também porque não me acostumei a não olhar nos olhos, a viver na superfície. Não me acostumei a viver sem amor, porque esse danado vem cheio de boas companhias: cumplicidade, parceria, alegria, respeito, leveza, paz, generosidade... E ainda abranda os momentos de dor, faz carinho na tristeza. Ao longo dos meus quase 30 pude experimentá-lo de algumas formas. Como filha, como amiga, como mulher, como profissional, como mãe... Esse último, meu Deus! Não preciso nem falar! Mas não consigo acostumar a viver sem amor, entre outras coisas, porque o amor próprio não deixa, insiste em teimar ser feliz. É isso. Viva o amor! E a falta de costume!


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