Hoje, ao ouvir-te cantando teu “Querido Diário”, deu-me uma vontade grande de vir aqui e escrever no meu diário, querido também. O tempo afastada foi apenas por não saber muito o que dizer, talvez por que está sendo um tanto difícil dizer coisas bonitas, que é o que eu gostaria de poder fazer sempre.
Ah, Chico!... Meus amigos também me dão “bom dia” cheios de carinho, mas acho que eles não têm pena de mim não, nem deles; eles não sabem que sou sozinha, que todos somos. E nos últimos dias minha cidade também tem andado na contramão, e eu, sem saber o que fazer, também tenho pensado em ter uma religião, porque quando o bicho pega a gente pensa logo em se fiar com Deus e todos os santos vez por todas. Será que religião resolve, Chico?
Fé. Acho que a fé pode ajudar... E amor também. Isso me sobra.
Mas Chico, eu quero mesmo é ser macio que nem você, e não quebrar, por mais forte que seja a pancada do porrete.
Fé. Acho que a fé pode ajudar... E amor também. Isso me sobra.
Mas Chico, eu quero mesmo é ser macio que nem você, e não quebrar, por mais forte que seja a pancada do porrete.
"Hoje topei com alguns
Me dão bom-dia [bom-dia], cheios de carinho;
dizem para eu ter muita luz
e ficar com Deus
Eles têm pena de eu viver sozinho
Hoje a cidade acordou
toda em contramão
Homens com raiva,
buzinas, sirenes, estardalhaço
De volta à casa, na rua
recolhi um cão
que, de hora em hora, me arranca um pedaço
Hoje pensei em ter religião
De alguma ovelha, talvez,
fazer sacrifício
Por uma estátua ter adoração
Amar uma mulher sem orifício
Hoje, afinal, conheci o amor
E era o amor, uma obscura trama
não bato nela, não bato
nem com uma flor
mas se ela chora, desejo-me em flama
Hoje o inimigo veio,
veio me espreitar
Armou tocaia lá
na curva do rio
Trouxe um porrete, um porrete a "mode" me quebrar
mas eu não quebro não, porque sou macio, viu?!"
ps. "vai passar" esse zumzumzum por cousa da mulher sem orifício. Af! rs.