sábado, 29 de maio de 2010

Espelho, Espelho Meu...


Essa semana me apareceu um texto da Martha Medeiros, em que ela fala que, de todos os sentidos, o que mais lhe faria falta seria a visão, por “N” razões óbvias, ou não. Deve realmente ser uma aprendizagem e tanto saber enxergar sem ter olhos... Daí fiquei pensando (e ela também disse) que nós também somos bastantes cegos, e com os dois olhinhos em “perfeita” saúde!

Acostumamo-nos tanto com nossos olhares, com nossas janelas e paisagens, e tudo se torna tão parte do nosso cotidiano, sendo até mesmo uma extensão do nosso próprio “eu”, que acabamos por não encontrar espelhos que caibam todas as nossas coisas. E não conseguimos olhar o que há de realmente importante em nós mesmos. Talvez por conta de todas essas outras coisas que precisamos acoplar em nosso "eu", porque queremos ser sempre mais – mais grandiosos, mais bonitos, mais felizes, mais loiras, mais altas, mais ricos, mais inteligentes, mais, mais, mais – acabamos nos sentindo tão gigantes, a ponto de não conseguirmos nos olhar nus, tal como somos. Olhar para as nossas pequenezas, para as nossas feridas, cicatrizes, e olhar também para toda a beleza que pode haver em nosso pequeno ser.

Não é nada fácil olhar-se no espelho, de perto, cada poro dilatado, sem todas as máscaras e fantasias que nos esconde durante todo o tempo. Encarar-se e ouvir o que o espelho diz...

Mas precisamos aprender a ter olhos para olhar para dentro. Olhar o avesso. Olhar o espelho. Olhar os outros é sempre mais fácil, mas olhar a si mesmo e conhecer-se, com todas as feiúras e bonitezas que há, nos ajuda a entender um pouco as feiúras e bonitezas do outro. Aprendendo a olhar para dentro, a gente acaba aprendendo a olhar com mais carinho para fora. E talvez as coisas possam até parecer mais feias do eram antes, mas também podem ser mais bonitas. Tudo vai depender do que você olha, e como você olha.

sexta-feira, 28 de maio de 2010

As Sem - Razões do Amor


Eu te amo porque te amo.
Não precisas ser amante,
E nem sempre sabes sê-lo.
Eu te amo porque te amo.
Amor é estado de graça
E com amor não se paga.
Amor é dado de graça
É semeado no vento,
Na cachoeira, no eclipse.
Amor foge a dicionários
E a regulamentos vários.
Eu te amo porque não amo
Bastante ou demais a mim.
Porque amor não se troca,
Não se conjuga nem se ama.
Porque amor é amor a nada,
Feliz e forte em si mesmo.
Amor é primo da morte,
E da morte vencedor,
Por mais que o matem (e matam)
A cada instante de amor.

CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Abraço

Todo mundo gosta de um carinho, e carinho pode ser demonstrado de um monte de jeitos: numa palavra bem dita, num beijo, num olhar, num toque, numa mensagem no celular, numa lembrança especial, enfim, num grande ou simples gesto. Mas pra mim a maneira mais gostosa de sentir e acarinhar alguém é com um abraço...

Um abraço não é feito só de braços. Quando a gente abraça, abraça-se todo o corpo, sentimos o pulsar do coração abraçado, a temperatura, a energia e a respiração do outro. Nesse entrelaço todos os sentidos são envolvidos. Deve ser por isso que quando a gente se envolve muito com alguma coisa tão intensamente, dizem que abraçamos uma causa, tamanho o nosso envolvimento.

E a gente só consegue dar aquele abraço em alguém que a gente realmente gosta, não é mesmo? Se a pessoa é apenas alguém sem grande importância para nós, basta um aperto de mão ou dois beijinhos. Mas se for alguém querido, ah! tem que ter abraço!

Tem aquele abraço do dia-a-dia, que damos naqueles que estão mais próximos de nós. É uma forma de dizer obrigado por ter aquela pessoa por perto.
Tem aquele abraço de saudade, que é dado com tanta intensidade quando encontramos novamente aquela pessoa cujo tempo jamais apagou nosso gostar.
Tem também aquele abraço de medo, onde nos encolhemos no outro para nos sentirmos protegidos de todo o mal.
Tem aquele abraço festivo, que damos para celebrar momentos de alegria. Pode ser no aniversário, numa festa durante a dança ou até mesmo num barzinho tomando um chopp. É mesmo uma forma de dizer que estamos felizes.
Tem também aquele abraço que damos quando estamos tristes e nosso coração está muito dolorido, e nessas horas é só disso que precisamos.
Tem o abraço de palavras, que mandamos aos nossos queridos que estão fisicamente distantes de nós. Pode ser por telefone, por e-mail, por carta. O importante é conseguir passar essa mensagem de modo tão confortante que a pessoa se sinta abraçada, mesmo estando lá do outro lado do mundo.
Tem também aquela corrida para o abraço, que se dá no momento eufórico de um gol no maracanã, ou no campinho perto de casa.
Ah! Tem também o abraço das coisas. Abraçamos um livro suspirando sua bela história, abraçamos uma almofada quando não conseguimos abrir nossas feridas com alguém, abraçamos a panela de brigadeiro em noites de solidão...

Abraçamos gentes, coisas e mundo. Mas se tem um abraço que todo mundo gosta e busca, é o abraço apaixonado. Aquele abraço que entrelaça todo o corpo e abraça todas as nossas carências. Onde sentimos a respiração quente e poderíamos morrer ali, com braços e pernas misturados. Onde sentimos que não há outro lugar mais seguro, mais confortável. Onde não há espaço entre um e outro, pois a vontade de ser um é tão grande que poderíamos jurar que isso é possível. Onde não há espaço para o medo. Onde não há palavras para explicar o que se sente. De onde não se quer sair...

Como é bom ser abraçado e ter a quem abraçar! E o melhor de tudo é que o abraço, bem como as melhores coisas da vida, é gratuito. Então dá aqui um abraço, vai!

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Os moços

"Dificilmente um homem consegue corresponder à expectativa de uma mulher, mas vê-los tentar é comovente. Alguns mandam flores, reservam quarto em hotéizinhos secretos, surpreendem com presentes, passagens aéreas, convites inusitados. São inteligentes, charmosos, ousados, corajosos, batalhadores. Disputam nosso amor como se estivessem numa guerra, e pra quê? Tudo o que recebem em troca é uma mulher que não pára de olhar pela janela, suspirando por algo que nem ela sabe direito o que é.

Perdoem esse nosso desvio cultural, rapazes. Nenhuma mulher se sente amada o suficiente."

Martha Medeiros

Linda Rosa, de Gugu Peixoto e Luis Kiari, da Banda Playmobille.


"E pobre desses rapazes que tentam lhe fazer feliz..."

segunda-feira, 17 de maio de 2010

A você, minha amiga.

Tudo que eu mais queria neste dia era poder aliviar sua dor, minha amiga. Queria ao menos ser boa nas palavras para dizer-te coisas que acalentariam seu coração. Mas a única coisa que consigo pensar em dizer-te seria muito clichê, te diria que só o tempo mesmo para curar essa dor, e ainda assim seria mentira, pois uma perda deste tamanho nem mesmo o tempo cura, mas acho que pode aliviar...

Olha, minha amiga, eu sei que você deve estar tristinha porque parece que sua família, a cada dia que passa, está ficando menor. Mas como a gente também pode escolher outras famílias na vida, fique sabendo que eu escolhi você e o Rodrigo para fazer parte da minha família, viu? E desta forma as nossas famílias, na verdade, estão crescendo. E nós – eu, Rodrigo, Rômulo, Karla, Victor, Leandro e tantos outros – estaremos sempre com você, transformando essa família bonita que fizemos. Eu sei também que ninguém nunca irá substituir seu paizinho, sua mãezinha, mas com certeza estaremos sempre aqui para te amparar e aliviar sua saudade.

Você parece ser tão forte! Você quase não chora, tão diferente de mim... Mas eu sei que por dentro suas lágrimas estão molhando seu avesso. Eu sei que tudo o que você gostaria era de ser carregada no colo e chorar como se fosse uma criancinha querendo colo de mãe. Por isso a única coisa que eu pude fazer hoje foi dar-te meu silêncio, minha companhia e meu abraço, e sei que ainda assim não pude diminuir sua dor. É triste pensar que o nosso amor, por maior que seja, não é capaz de curar certas feridas, nem de fazer com que aqueles a quem amamos fiquem. O nosso amor não é tão milagroso assim, como dizem os poetas... Mas eu te amo, tá? E estou com você, com meu abraço, meu silêncio e todo o meu coração para o que você precisar...

16.05.10

* À amiga Renata, que acabara de 'perder' sua mãe.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Desafio: 6 Coisas que vocês não sabem sobre mim

Bom, confesso que não gosto muito de memes, mas como este foi à convite do blogueiro Max, um querido que está sempre por aqui, resolvi participar. E até que foi bem legal!

A proposta é escrever sobre 6 coisas que os leitores não sabem sobre a gente e depois escolher outros blogueiros para escrever também. Então eu resolvi escrever algumas curiosidades sobre mim...

1. Só depois de 22 anos de existência eu fui descobrir como um cãozinho pode fazer bem para o ser humano, e olha que desde que me entendo por gente sempre teve cachorros na minha casa! Mas só depois que saí de casa, no alto de uma crise não sei de quê, eu cismei que queria um cachorro, quebrei o porquinho e fiz o melhor investimento da minha vida! O Bugui, que chegou aqui em casa aos três meses de idade e transformou não só a minha vida, mas a da família inteira. Amoleceu nossos corações e até hoje eu peço perdão aos cachorros da casa da minha avó (alguns in memória) por nunca ter lhes dado o carinho que eles tanto mereciam. O Buguinho fez com que eu ficasse extremamente sensível com os animais, além de ser alegria da minha casa e meu companheiro fiel, deixando até o marido com ciúmes (rs). Ele é tão fofo e tão carente que os papeis geralmente se invertem: ao invés dele nos fazer companhia, nós é que fazemos companhia a ele. E simplesmente amamos!!!

2. Eu já fui cantora da banda da igreja. Pois é, com essa voz de taquara rachada eu ousei cantar pra um monte de gente ouvir! Que lástima... Até que o padre não aguentou mais e me deu um chega-pra-lá bem sutil (quem conhece o Padre sabe de sua delicadeza rsrs). Mas vocês pensam que eu desisti???? NA-NA-NI-NA-NÃO! Agora eu perturbo a vizinhança com um mega videokê todinho meu! Tadinho dos meus vizinhos... hehehehe!!!!

3. Quando eu morrer, eu prefiro que depois de doarem tudo de bom que ainda restar deste corpitcho, me cremem e joguem as cinzas no mar... É lá que eu quero morar pra sempre... Mas se cismarem com esta merda de caixão e enterro (já que não vou ter controle sobre isso depois de morta), por favor, não coloquem meia nos meus pés!!! Meias me sufocam durante o sono, e não consigo dormir em paz! rsrsrsrsrs.... (fúnebre essa parte, não?)

4. Juro que é apenas coincidência: o nome do meu primeiro namoradinho, do moço que escolhi pra casar e de boa parte das minhas (ex) paixonites, começam com letra R. No mínimo curioso, não é?

5. Em períodos de TPM posso matar qualquer um que olhar apenas torto pra mim. Ao mesmo tempo sou capaz de chorar só de ver uma chuva cair, ou uma criança sorrir, e até mesmo num comercial de margarina. Sensível demais, eu sou um alguém que chora...

6. Eu tento. Eu juro que tento gostar de academia de ginástica, pago até seis meses adiantado pra me obrigar a ir, mas não dá... Eu simplesmente me sinto um E.T!!! Sério, enquanto eu passo um sofrimento danado pra levantar um pesinho de nada, suo e fico toda descabelada e mal humorada, quando olho ao redor sempre tem uma sujeita lindéééérrima levantando um troço pelo menos 15 vezes mais pesado que o meu, sorrindo, escovada e sem suarrrr!!!!Isso sem falar que tenho a sensação de que todo mundo se conhece, se amam, e me ignoram. Ou melhor, não me ignoram, todos certamente veem o E.T que ali está. Mas como sou brasileira e não desisto nunca, eu ainda vou conseguir ignorar tudo isso e voltar à malhação! :>)))

Bom, quase todos que pensei em indicar já foram indicados, então passo a bola para:

Lu, do 'Sobrescrita
e
Taisa, do Universo Paralelo

Inté!

domingo, 9 de maio de 2010

Minhas mães

Dizem que mãe só tem uma. Eu não concordo. Ou então eu sou uma moça de muita sorte, pois tive e tenho muitas mães que me auxiliam nesta caminhada, cuidando das minhas feridas, minhas dores de barriga e celebrando minhas conquistas.

Primeiro veio aquela que me carregou em seu ventre por quase 10 meses (pois é, sempre fui meio preguiçosinha...rs). Essa mãe é sem dúvida o maior laço de amor que pode existir. De seu próprio corpo me alimentou, e sem pestanejar, por mim morreria. Sinto que minhas dores lhe ferem mais que a mim mesma, e meus amores te alegram. Nunca ninguém teve por mim maior orgulho e admiração, e certamente eu nem mereça tanto, mas seu olhar para comigo é tão cheio amor, que só consegue enxergar beleza. A você mãezinha, meu eterno amor.

Depois, e talvez tão grande quanto, vieram minhas avós, tão calorosas e queridas. Minha vó que me cuidou e acarinhou-me nos dias em que meus pais não podiam ser tão próximos. Minha mãe severa que me fazia ter hora pra voltar, que não dormia em minha ausência, que tinha sempre a comidinha preparada pra qualquer hora que eu sentisse fome, e que até hoje insiste em pensar que ainda sou criança, e me mima com todos os cuidados e caprichos de netinha. A vocês, minha eterna gratidão.

Mais tarde vieram as mães das minhas amigas, que me acolhiam após as festas, na fase de adolescência. Muitas vezes, em minhas pequenas rebeldias, queria que elas fossem minhas mães, mas logo compreendia, pelos puxões de orelha, que podiam ser tão severas quanto as minhas outras mães, pois também me amavam e queriam meu bem tanto quanto o de suas filhas. Muitas vezes foram psicólogas, outras vezes amigas, e tantas outras vezes mães. E depois vieram outras e outras queridas mães de amigas que vão ficando pra sempre. A vocês, minhas eternas lembranças carinhosas.

O tempo foi passando e essas amigas estão se tornando mães... Minhas amigas mães, que cresceram comigo, que trabalham comigo, que vivem comigo, que partilham comigo tantos sonhos, estão vendo mais um ser realizado. Estão vivendo esta dádiva que Deus, em seu infinito amor por nós, mulheres, só a nós concedeu. Elas ficaram diferentes depois que se tornaram mães. O amor, o brilho nos olhos e a sensibilidade para com o mundo multiplicaram-se. Tão estranha e tão gostosa a sensação de ver minhas amigas se tranformarem desta forma... Ficaram tão mais lindas... A vocês, minha eterna amizade.

E tantas outras mães que passaram por mim em vários momentos – uma professora, uma médica, uma senhora na rua, uma atendente, uma tia... Muito obrigada por terem olhado pra mim com o olhar que só uma mãe pode ter.

Feliz dia das mães!!!

quarta-feira, 5 de maio de 2010



O que faz você feliz?
A lua, a praia, o mar
Uma rua, passear
Um doce, uma dança, um beijo
Ou goiabada com queijo

Afinal, o que faz você feliz?

Chocolate, paixão, dormir cedo, acordar tarde
Arroz com feijão, matar a saudade
O aumento, a casa, o carro que você sempre quis
Ou são os sonhos que te fazem feliz?

Dormir na rede, matar a sede
Ler ou viver um romance
O que faz você feliz?

Um lápis, uma letra, uma conversa boa
Um cafuné, café com leite, rir a toa
Um pássaro, um parque, um chafariz
Ou será o choro que te faz feliz?

A pausa para pensar
Sentir o vento, esquecer o tempo
O céu, o sol, um som
A pessoa, ou o lugar?

Agora me diz, o que faz você feliz?


Aquela comida caseira
Arroz com feijão, brincar a tarde inteira
O molho do macarrão
Ou é o cheiro da cebola fritando que faz você feliz?

O papo com a vizinha
O bife, a batatinha
A goiabada com queijo
Um doce ou um desejo

Afinal, o que faz você feliz?


Ficar de bobeira
Assaltar a geladeira
Comer frango com a mão
Tomar água na garrafa
Passar azeite no pão
Ou é namorar a noite inteira que faz você feliz?

Rir e brindar à toa
Um filme, uma conversa boa
Fazer um dia normal virar uma noite especial

Afinal, o que faz você feliz?


Comer morango com a mão
Pôr açúcar no abacate
Brincar com o melão
Goiaba, romã, jabuticaba
Ou é o gostinho de infância que te faz feliz?

Cuspir sementes de melancia
Falar besteira
Ficar sem fazer nada
Plantar bananeira
Ou comer banana amassada

Afinal, o que faz você feliz?


(Arnaldo Antunes)

domingo, 2 de maio de 2010

Outros sabores

Eu sempre fui meio chatinha em questão de alimentação, nunca gostei muito de legumes e verduras (e minha vó tanto insistiu). Por mim comeria arroz, feijão, bife e batata frita pelo resto da vida. Ok, exagero. Mas o fato é que nunca quis sair muito do trivial brasileiro: arroz, feijão e carne. Todas as vezes que surgiu algo mais exótico na mesa eu fiz cara feia, sem sequer degustar a nova proposta gastronômica. No entanto, volta e meia eu sinto uma vontade gritante de comer algo diferente, mas que eu não sei bem o que é. Penso nas milhares de possibilidades disponíveis no mercado gastronômico, mas nada é aquele não-sei-o-quê que eu tanto quero.

Há alguns anos atrás comida japonesa virou moda por aqui, e era “chic” gostar de peixe cru. E eu, preconceituosa que sou quanto a este assunto, torcia o nariz só de ouvir falar. De vez em quando uma amiga ou outra me convidava pra “comer um japonês”, mas nunca, nunca abriria mão das minhas convicções gustativas e me renderia a entrar num restaurante pra comer peixe cru (e caro). Mas como no amor a gente acaba cedendo certos caprichos em nome de pequenas e grandes alegrias do parceiro, eu tomei coragem e resolvi me aventurar na culinária japonesa. Nem preciso dizer que o troço cru era realmente horrível, que aquelas algas jamais poderiam ser mastigadas por um ser humano normal, e que eu estava realmente certíssima em não perder tempo com essas comidas estranhas que o povo gosta de importar. Pois bem, isso foi a primeira vez. Na segunda vez até que o hot filadélfia desceu mais redondo, e passei todo o tempo comendo os tais rolinhos primavera enquanto os amigos comiam coisas cruas numa felicidade quase orgásmica.
Daí não teve jeito, bastou um pouco mais de insistência e abertura de minha parte, e na terceira vez eu achei salmão cru a coisa mais deliciosa do mundo! Parecia que alguma coisa tinha mudado no meu organismo, meu estômago tinha virado um oceano onde os peixes poderiam conviver na mais perfeita harmonia! E só então eu pude começar a reparar não só nos sabores, mas na beleza que há na culinária japonesa, além dos ambientes dos restaurantes, que são bem charmosos... E eu passei a gostar tanto de suchi, makimono, sachimi e condimentos orientais, que toda vez que vem aquela vontade de comer algo diferente, eu corro pro japa, e fico bem satisfeita (não levem pra maldade, pessoas! rs).

Cada ida ao japonês se tornou uma descoberta de novos sabores, e então eu descobri que é preciso experimentar novos gostos, e que a primeira impressão pode até não ser boa, mas se dermos uma chance e esperarmos o tempo de adaptação, as coisas podem ganhar um novo sabor. Mas eu tenho certeza que daqui há algum tempo eu vou ficar de novo com vontade de comer um não-sei-o-quê, mas aí eu não vou hesitar em partir pra um novo gosto, e pode até ser uma comida que não vou gostar, independente do número de vezes que eu experimentar, mas vai valer a pena saber que realmente eu não gosto, porque eu conheci.

Ah! E por que eu tô falando tudo isso??? Porque o maridão me levou pra comer no japa hoje, e isso me deixou toda felizinha... (pois é, ando bem facim) rsrsrs :) E ainda dizem que comida japonesa, além de ser muito saudável, é afrodisíaca! hehe... Então fica a dica da semana para meus queridos que nunca comeram um sachimi: Experimentem mais de uma vez!

Ps. Falando em experimentar novos sabores, deixo pra vocês um delicioso poema de Clarice Lispector. Boa semana! Para ler o Poema é só clicar!