domingo, 24 de outubro de 2010

Eu árvore

Quando semente, fui plantada na esperança de vingar como a árvore de onde fui tirada. Dei galhos longos, porém não tão fortes quanto os dos meus ancestrais. No entanto, flexíveis o suficiente para não quebrar ao suportar o peso das chuvas e dos ventos. E belos o suficiente para inspirar o pouso e o canto dos passarinhos.

Gosto de ser árvore assim: leve, pequena e de raízes não tão fincadas ao chão, o que sempre me possibilitou mudar de lugar, e por vezes até voar. Saio por aí ornamentada com flores de primavera em meio às folhas verdes, ora me exibindo, ora dando sombra. Mas no outono procuro me recolher, preenchendo meu chão de secas folhas amarelas, fazendo colchão para quem tiver de chegar.

Além dos passarinhos, o que me deixa feliz é a visita dos beija-flores. São seus beijos delicados e passageiros que me fazem ficar colorida. Floreio para o beija-flor beijar-me. Pena que beija-flores só vêm na primavera...

Fiéis mesmo são esses passarinhos, que pousam em meus finos galhos, que cantam de inverno a verão, mesmo que eu mude de lugar, mesmo quando mudam as estações. É para eles que me faço florir agora...

Isa Lacerda.

6 comentários:

  1. Oi amiga,

    Sua escrita é pura poesia, não fique com inveja dos poetas, pois vc é uma ainda que não se reconheça,

    beijos e obrigada pelo carinho em meu blog,

    Ξ ѕ t є я ☆

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  2. IsaBele... Deve ser gostoso ser árvore!

    Beijos
    AL

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  3. Ser arvore é bom quando as raizaes não se aprofundam e nos prendem.
    Bjos achocolatados

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