segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Da noite

Ah, noite. Fica comigo essa noite! Pois tu não me és solidão, mas companhia das boas! Gosto de ti e não é gratuito meu gostar. Foi na tua presença que aprendi a me fazer companhia, e isso me é caríssimo. Parei de me dispensar por qualquer distração. Na tua companhia, aprendi ouvir meus pensamentos e dissipar elucubrações. Pude ver o quanto é bela a tua partida ao amanhecer. Descobri que poesia é mais gostosa que brigadeiro. Contigo, noite, as músicas são mais românticas. Os sons da rua, mais singelos. Os gatos são pardos. Meu coração, mais aberto. Gosto de quando estamos sós. E tu me dizes coisas que jamais me seria dito num dia ensolarado. És sincera, noite. E gosto disso, por mais que me doa às vezes. É em tua escuridão, em dias nublados como o de hoje, que melhor me enxergo. Com céu estrelado damos gargalhadas. E é tão bom sorrir contigo! E essa chuva que canta em meus ouvidos? Ah, canta aqui pra eu dormir, vai...

Amanhecer no centro de Nova Iguaçu

domingo, 30 de outubro de 2011

Linger (The Cranberries)

Sabe quando a música não sai da sua cabeça?

Ando assim com esta...

sábado, 29 de outubro de 2011

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Eles

Ele é sono; ela, insônia.
Ele é silêncio; ela é palavra.
Ele é Fla; ela é Flu.
Ele é riso contido; ela, gargalhada.
Ele é solidão; ela, multidão.
Ele se balança; ela samba.
Ele quer ganhar um milhão; ela quer gastar um milhão.
Ele gosta de tecnologias; ela gosta de livros de papel.
Ele é rock; ela é bossa.
Ele, lapiseira; ela, lápis.
Ele, vinho; ela, caipirinha.
Ele é dia; ela é noite.
Ele quer comédia; ela, drama.
Ele chora pra dentro; ela chora pra fora.
Ele é carente; ela finge que não.
Ele espera; ela tem pressa.
Ele é serra; ela, mar.
Ele é som ambiente; ela é no último volume.
Ele, listrado; ela, estampado...
...

Ele quer aprender a dançar, ela quer entender o tablet.
Eles acabam torcendo pro time do outro.
Ela precisa dormir de vez em quando, e ele precisa acordar.
A vida dele precisa de mais barulho, e a dela de mais silêncio.
Eles vão pra onde tem serra e mar ao mesmo tempo.
Ela lê para ele. Ele a ensina jogar vídeo-game.
Eles misturam listras com estampas no melhor estilo retrô.
Eles riem...
...

Mas às vezes a dança sai do compasso.
Às vezes eles não entendem.
Às vezes ela não acha graça no filme, e ele não suporta o drama.
Às vezes ela quer mergulhar e ele que subir.
Às vezes ela não baixa o volume, e ele não quer dançar.
Às vezes eles choram juntos.
...

Dois mundos.
Eles conseguem olhar para a mesma direção...
...

Ah, eles se amam!


E basta!


domingo, 9 de outubro de 2011

Sem saber

Amo como quem não tem nada mais para fazer. Amo de me atrapalhar com as coisas da vida. Como se nada mais existisse. Amo sem proporção ou consequência, sem medida. Amo tanto que até me dói. Como se tudo me faltasse para tanto amar. Amo de nos machucar. Amo até sair sangue. Até perder o ar. Até perder a mim mesma. Até perder você.


...


Ainda não aprendi a amar.



Malemolência - Céu