.
.
.
Metrô lotado. Calor e chuva. Aula tensa. Discursos tristes. Violência contra mulheres. Violência contra homossexuais. Violência contra negros. Gênero. Sexualidades. Diversidade. Histórias. Alguma esperança. Podemos esperar? Às vezes não entendo nada, mas tudo parece claro. Às vezes entendo tudo, mas nada tem solução. Um rapaz se joga do décimo andar. Notícia de tiroteio no caminho. Alguém não chega. Ando tensa na hora do almoço. Relaxo na volta pra casa. Carteira e celular roubados. Delegacia. Números. Palavras vazias. Mulher violentada. Vizinha tem morte súbita. 190 não atende. Alguns desaparecidos. Todos invisíveis. Crianças ainda com uniforme. Nada entendem. Tudo entendem. Do viaduto vejo o prédio, bonito. Do lado de fora parece que jogaram uma bomba atômica. Vazio. Não há ninguém em casa. Alguém liga. Uma vez. Duas vezes. Três vezes. Que bom que alguém liga. Alguma esperança?
.
.
Metrô lotado. Calor e chuva. Aula tensa. Discursos tristes. Violência contra mulheres. Violência contra homossexuais. Violência contra negros. Gênero. Sexualidades. Diversidade. Histórias. Alguma esperança. Podemos esperar? Às vezes não entendo nada, mas tudo parece claro. Às vezes entendo tudo, mas nada tem solução. Um rapaz se joga do décimo andar. Notícia de tiroteio no caminho. Alguém não chega. Ando tensa na hora do almoço. Relaxo na volta pra casa. Carteira e celular roubados. Delegacia. Números. Palavras vazias. Mulher violentada. Vizinha tem morte súbita. 190 não atende. Alguns desaparecidos. Todos invisíveis. Crianças ainda com uniforme. Nada entendem. Tudo entendem. Do viaduto vejo o prédio, bonito. Do lado de fora parece que jogaram uma bomba atômica. Vazio. Não há ninguém em casa. Alguém liga. Uma vez. Duas vezes. Três vezes. Que bom que alguém liga. Alguma esperança?